domingo, 25 de março de 2012

TEXTOS INTERESSANTES SOBRE PRÁTICA COMPULSIVA

REALIZANDO UMA PESQUISA NA INTERNET SELECIONEI ESTES TRÊS TEXTOS, QUE ABORDAM O TEMA.
PARABÉNS AOS AUTORES.
NELE ESTÃO A FONTES.
SE ENCONTRAREM MAIS ME ENVIEM, POIS ESTE TEMA PRECISA SER BASTANTE DIFUNDIDO.

Texto 1: Atividade Física Excessiva -- Fonte: http://boa.alimentacao.vilabol.uol.com.br/nutricao7.htm

Na atualidade não há dúvidas sobre os benefícios fisiológicos e psicológicos da atividade física, mas a combinação da auto-inanição (dietas restritivas e hipocalóricas) com o exercício físico em excesso em nome de melhorar a saúde é um paradoxo. O exercício compulsivo ou “compulsive exercise”, ocorre de forma irracional, apresentando padrões e comportamentos de atividade física inadequados devido aos seguintes fatores:

•preocupação excessiva com o próprio corpo ou dismorfia;
•insatisfação e distorção da imagem corporal, ou dismorfofobia;
•necessidade de compensar “prováveis abusos alimentares” ou sobrepujar a ansiedade decorrente da insatisfação com o próprio corpo.
O exercício compulsivo aparece muitas vezes relacionado aos Transtornos Alimentares (quadros de Anorexia e Bulimia), como um sintoma destes transtornos ou como seus precursores. O chamado “compulsive exercise” pode aparecer então em qualquer um dos casos; na literatura ele é descrito em 4 modelos básicos (EISLER e GRANJE, 1990):
•“Obligatory runner” ou corredores compulsivos: indivíduos que correm regularmente mais de 80Km por semana e freqüentemente apresentam algum tipo de Transtorno Alimentar.São caracterizados pela insistência na prática diária da corrida, como se sua vida dependesse disso; apresentam sintomas de irritabilidade, ansiedade e depressão quando não praticam atividade física. A fadiga física e a perda de interesse por outras atividades e relações pessoais, também são comuns; mas, costumam manter a atividade física mesmo contra recomendações médicas e sociais.

•Exercício físico em excesso como um sintoma do Transtorno Alimentar, mais freqüente na Anorexia Nervosa. Estes indivíduos compulsivos por exercícios físicos apresentam menor número de episódios bulímicos e uso de laxantes ou indução de vômito, mas usam a atividade física como uma troca de compensação, ou uma auto-punição ou ainda, como uma atitude compulsiva. O exercício físico aparece como uma estratégia para perda de peso instantânea e infinita, como resultado de uma insatisfação com a imagem corporal, ou seja, o modo de sentir o peso, o tamanho e a forma corporal.

•Transtornos Alimentares induzidos por exercícios excessivos. Podem aparecer por uma resposta hormonal do bem-estar trazida pelo exercício, já que altos níveis de atividade física provocam uma redução na ingestão alimentar, que por sua vez gera uma hiperatividade por alterações no metabolismo hipotalâmico de serotonina, dopamina e norepinefrina, iniciando um ciclo anoréxico. Podem também ser desencadeados pelo uso de dietas restritivas para melhorar a performance e forma física sem limites.

•Transtornos Alimentares e exercícios físicos excessivos relacionados a outros transtornos psiquiátricos (doenças afetivas, depressão, doença afetiva bipolar). .Dentre as alterações apresentadas no quadro dos Transtornos Alimentares, a distorção da imagem corporal é fenômeno importante na gênese dos outros sintomas; a prática do exercício utilizada para manutenção ou perda de peso pode ocupar lugar dominante nesta estratégia; daí a necessidade da abordagem adequada do esportista e do atleta e da razão de sua prática de atividade física (BEUMONT e col, 1984).
De qualquer forma, ainda não existe um consenso, alguns autores afirmam que o exercício compulsivo é mais um sintoma dos Transtornos Alimentares (VEALE, 1987), enquanto outros sugerem que é uma variante mais freqüente no sexo masculino (YATES e col, 1983). VEALE (1987) propôs dois níveis de dependência da atividade física: a “dependência do exercício primária” acometeria principalmente atletas e neste caso a perda de peso não seria o objetivo único, pois comprometeria o desempenho do atleta; neste caso, não existiria uma preocupação mórbida e exagerada com o peso e nem a distorção de imagem corporal. .Esta classificação não exclui o fato de que muitos atletas podem apresentar Transtornos Alimentares, constituindo-se em grupo de risco para o desenvolvimento destas doenças. Já na “dependência do exercício secundária”, a atividade física teria como principal objetivo à perda de peso, com a distorção de imagem corporal e a preocupação mórbida com o peso. Por ser vista como uma atividade “saudável”, se comparada ao hábito de vomitar ou usar laxantes e diuréticos, a atividade física dificilmente é percebida como excessiva, mas tem seus prejuízos implicando em lesões musculares e articulares. Podem ocorrer também problemas de convivência social, à medida que compromissos sociais e profissionais são substituídos por sessões prolongadas de atividade física, geralmente de forma obsessiva e compulsiva.




Texto 2: COMPULSÃO POR EXERCÍCIOS FÍSICOS
Fonte: http://www.efdeportes.com/efd119/compulsao-e-exercicio-fisico.htm


Introdução

A grande promoção da saúde, de qualidade de vida e a da estética perfeita que vem sendo explorada cada vez mais pelas academias de ginástica em todo Brasil através dos mais diversos exercícios físicos tem se tornado um problema, ou seja, passa a ser algo que afeta de alguma forma a saúde de quem o pratica de forma compulsiva podendo ser classificado como Vigorexia ou Transtorno Dismórfico Corporal. Assunção (2002) afirma que os indivíduos acometidos com esta sensação passam a ter uma importante limitação de atividades diárias, dedicando muitas horas a levantamento de peso e dietas para hipertrofia.
No caso da Vigorexia seria como uma anorexia nervosa reversa como retratam Oliveira & Araújo (2004). Para estes autores esta complicação atingiria na sua maioria homens que tem a distorção específica da auto-imagem corporal. Mulheres também são atingidas, porém com menor freqüência. Tendo em vista este problema, uma maior conscientização poderia ajudar às pessoas que talvez tenham sido ou estão sendo acometidas por tal distúrbio. Sendo assim a conscientização dos profissionais da área de Educação Física que convivem com os alunos nesta situação compulsiva da busca de um corpo esteticamente perfeito e aceitável pela sociedade poderiam atuar como interventores no sentido de agir pedagogicamente informando-lhes os possíveis riscos para com a qualidade de vida (Garcia, 2005a).
Apesar de se constituir um problema para o Educador Físico esta problemática não tem levantado muita atenção por parte das pesquisas científicas no Brasil, sobretudo na Educação Física. Sendo um problema dos tempos modernos que mexe com a qualidade de vida das pessoas, deveria receber mais atenção por parte da comunidade científica. Os professores de Educação Física que trabalham e lidam diariamente com pessoas com Vigorexia precisam estar informados a respeito deste assunto, pois de alguma forma terão que saber lidar com tal problema se é que realmente querem desempenhar sua função que é de educar, orientar a quem procura uma academia (Rabelo & Garcia, 2006 no prelo). Desta forma o objetivo deste trabalho se constituiu em verificar índices de ocorrência de uma possível Vigorexia entre freqüentadores de academias de ginástica da grande São Paulo, bem como identificar os diversos nomes que são dados a esse problema.


O exercício físico e suas possíveis discussões em torno do problema

A preocupação com a estética corporal e o reconhecimento pela população da importância do exercício físico têm levado as pessoas a procurarem as academias de ginástica e musculação tornando estes, um dos locais mais populares e mais procurados para se conseguir tais objetivos (Antunes, 2003). Tahara & Silva (2003) também explicam que a procura dos exercícios físicos tem impulsionado muitas pessoas a usufruírem tanto das instalações desportivas convencionais como também dos espaços naturais, ao ar livre.
Segundo Fiamoncini & Fiamoncini (2003) o termo Saúde/Qualidade de vida está inserido no âmbito do bem-estar físico, psíquico, espiritual, moral, social, econômico, entre outros. Ainda estamos longe do ideal desejado se observarmos a vida que o homem leva comparando com os termos de saúde e qualidade de vida pretendida. Principalmente para pessoas com poucos recursos para realização de exercícios físicos de forma regular (Garcia, 2005a).
Para Shin & Johnson citado por Fontoura e col (2002) a qualidade de vida consiste na aquisição dos recursos necessários para a satisfação das necessidades e desejos individuais, a participação em atividades que permitem o desenvolvimento pessoal, a auto-realização e a possibilidade de uma comparação satisfatória entre si mesmo e os outros. Assim, vemos que a qualidade de vida não é apenas praticar algum exercício físico e sim estar envolvido com a cultura, a diversão, a opinião crítica e satisfação pessoal. Por outro lado à saúde, assim como a qualidade de vida tem seus conceitos banalizados e reduzidos por boa parte da literatura, e até por parte do corpo acadêmico.
Apesar deste modismo Lovisolo (1998) adverte que há vozes significativas que afirmam que o aumento da aptidão física não se correlaciona positivamente com o aumento de saúde. Segundo os autores Palma e Mira que questionam “se, de fato, o exercício físico seria um gerador de saúde, ou se os diversos fatores determinantes do estado de saúde (por exemplo, nível de renda) é que conduziriam as pessoas à prática do exercício?” (Estevão & Bagrichevsky, 2004, p. 17). Além dessa duvida, há um problema na busca incessante pelo corpo perfeito que gera transtornos que podem ser e geralmente são de caráter psicológico (Garcia, 2005b).
Em termos gerais as alterações de imagem corporal no sexo masculino são quadros relativamente comuns e diferem do padrão de distorção feminino. Em uma pesquisa feita por Tahara & Silva (2003) foi constatado que a maioria dos sujeitos pesquisados tem uma grande preocupação com a estética corporal, talvez pela forte influência da mídia atual, impondo corpos malhados e sarados como únicos na conquista de mais saúde.
Juntamente com o culto ao corpo perfeito, aparecem os esteróides anabolizantes e drogas em geral para se obter melhores resultados da performance física e da estética, o que tem atingido não só os atletas mas também os praticantes de modalidades não olímpicas (Chiesa, 2004).
Bortoli & Bortoli (2003) também citam em seu artigo que a indústria farmacêutica está cada vez mais produzindo substâncias com o objetivo de transformar as pessoas em maquinas perfeitas, porém quase sempre a base de esteróides anabolizantes. Seria na homogeneização dos objetivos estéticos e de saúde que entraria o profissional de Educação Física, tendo como seu grande desafio, promover e conscientizar as pessoas para que fosse possível garantirmos uma sociedade bem mais informada. Talvez, dessa forma, os indícios de problemas que cada dia surgem pelo excesso de exercício, culto exagerado ao corpo e suas implicações não estariam crescendo da forma que vem sendo visto.
A compulsão por exercícios vem sendo estudada desde 1970, daí surgiram os vários termos como positive addiction, negative addiction, compulsive jogging, dependência do exercício (Rosa e col, 2003). Ballone (2004) define a dependência ao exercício também chamado de Vigorexia como sendo um transtorno onde as pessoas realizam práticas desportivas de forma contínua, e uma valorização praticamente religiosa e até fanática.
Já Dismorfia Muscular (DISMUS) é definida por Oliveira & Araújo (2004) como uma síndrome psiquiátrica que atinge indivíduos de ambos os sexos com maior prevalência entre os homens, onde o indivíduo percebe seu corpo como pequeno e franzino, quando na verdade é forte e musculoso. Além de estar associada a prejuízos sociais, ocupacionais, recreativos e em outras áreas do funcionamento do indivíduo, a dismorfia muscular é também um fator de risco para o abuso de esteróides anabolizantes (Assunção, 2002).


Considerações finais

O objetivo desse trabalho foi verificar índices de ocorrência de uma possível compulsão por exercícios e identificar alguns nomes dados a esse problema. Considerando que os alunos praticantes regulares dos exercícios poderiam ter omitido algumas informações, espera se que outros estudos investiguem outros alunos sem a indicação dos professores.
Como podemos observar através do nosso instrumento muitas pessoas podem apresentam características associadas ao problema da compulsão por exercícios físicos, formando grupos de risco consideravelmente grandes se somados os resultados mais relevantes de cada questão que foi analisada. Porém espere-se que pesquisas futuras possam continuar a esclarecer melhor essa problemática para que se possa colaborar na atuação pedagógica entre Educadores Físicos.







Texto 3: Vigorexia: Quando O Exercício Físico Vira Doença
Professor: Edson Silva


Há muito tempo que a ciência fisiológica tem comprovado os vários benefícios da prática do exercício físico sistemático, inclusive com recomendações de organismos científicos internacionais.
Estudos no âmbito das neurociências têm indicado, até mesmo, sua prática como componente importante no tratamento de doenças psiquiátricas.
Entretanto, a prática compulsiva de exercícios físicos assinala um dos transtornos de crescente incidência na sociedade contemporânea, a vigorexia. Denominada em 1993 de Síndrome de Adônis pelo pesquisador da Universidade de Harvard, Harrison G. Pope, esta é caracterizada pela preocupação excessiva com a aparência corporal. O vigoréxico nunca está satisfeito com as proporções corporais que possui, procura, constantemente, a perfeição corporal, que acredita, conseguirá na prática obsessiva do exercício físico.
Algumas hipóteses têm sido levantadas para explicar a vigorexia, porém, por se tratar de um fenômeno recente, estas ainda estão sendo estudadas. Uma das possíveis causas propostas é a que liga o vício do exercício físico ao prazer que a b-endorfina causaria nestes indivíduos. Neurotransmissor responsável pela sensação de analgesia, bem-estar e euforia, este também é liberado quando da prática de exercícios físicos.
Estudos apontam uma prevalência da Vigorexia sobre o sexo masculino, afetando geralmente homens dos 18 aos 35 anos, entretanto mulheres também podem ser acometidas. Vários fatores aparecem na literatura como possíveis responsáveis por este transtorno, entre os quais estão os fisiológicos, os emocionais e até mesmo os de influência midiática.

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