quarta-feira, 19 de setembro de 2012

APOSTILA TEMA --- AUTORIDADE X AUTORITARISMO

AUTORIDADE X AUTORITARISMO I - INTRODUÇÃO “Autoridade” e “autoritarismo” são palavras aparentadas. Mas, na prática, as semelhanças desaparecem. Enquanto a primeira significa uma forma legítima de exercer o poder, a segunda traduz uma arbitrariedade do poder, uma prática condenável em qualquer gestão moderna. Há, no mundo moderno, um interesse cada vez maior pelas questões geradas pela violência, pela exclusão social e pelo desrespeito ao espaço público. Também na escola esse é um tema central, que preocupa professores e educadores em geral. Fala-se muito que esses problemas estariam ligados a uma ‘crise de autoridade’ na sociedade contemporânea. E, frequentemente, vemos, aqui e ali, alguém afirmar que a solução para esse quadro estaria na existência de um poder mais ‘autoritário’. É necessário discutir profundamente esse tema que atinge a todos. Mas é preciso sempre lembrar: autoridade não pode ser confundida com autoritarismo. Em nome dessa confusão, muitos erros foram e continuam a ser cometidos. Autoridade e autoritarismo são coisas muito diferentes. Ambas as palavras têm o mesmo radical: autor. Mas, enquanto a primeira pode ser entendida como o poder de impor limites necessários para a convivência em sociedade, a segunda indica um exacerbamento desse poder, realizado pela simples imposição de uma idéia sem possibilidade de contraposição. É exatamente por confundir e misturar os significados de autoridade e de autoritarismo que tantos pais, hoje, têm medo de exercer qualquer forma de poder sobre seus filhos - seja ele justo e necessário à boa educação da criança ou um poder ilícito e prepotente, ditado apenas pelo desejo arrogante de se impor a qualquer custo. II – DEFINIÇÃO Autoridade – sf. 1. Direito ou poder de fazer-se obedecer, de dar ordens, tomar decisões, agir, etc. 2. Aquele que tem esse direito ou poder. 3. fig. Influência, prestígio. Autoritário – adj. relativo a autoridade; que se firma numa autoridade forte, ditatorial; revestido de autoritarismo; dominador; impositivo; a favor do princípio de submissão cega à autoridade. III - CONCEITO 3.1. AUTORIDADE O conceito de autoridade está relacionado com o conceito de hierarquia e corresponde ao poder de comandar os outros e levá-los a agir da forma desejada e constitui a base para a responsabilidade. É portanto uma relação de poder que se estabelece de superior para subordinado. Tipos de Autoridade: É possível definir dois tipos diferentes de autoridade, nomeadamente: 1. Autoridade Jurídica, imposta por obrigação aos subordinados e que pode ser dividida em autoridade formal (formalizada através da estrutura organizacional) e a autoridade operativa (definida pelos procedimentos internos da organização); 2.Autoridade Moral, surgida naturalmente da superioridade de conhecimentos ou know how de determinado indivíduo, a qual pode ser dividida em autoridade técnica e em autoridade pessoal. 3.2. AUTORITARISMO O autoritarismo é um regime político em que é postulado o princípio da autoridade. Esta é aplicada com freqüência em detrimento das liberdades individuais. Pode ser definido como um comportamento em que uma instituição ou pessoa se excede no exercício da autoridade de que lhe foi investida. Pode ser caracterizado pelo uso do abuso de poder e da autoridade confundindo-se com o despotismo. Nas relações humanas o autoritarismo pode se manifestar da vida nacional onde um déspota ou ditador age sobre milhões de cidadãos, até a vida familiar, onde existe a dominação de uma pessoa sobre outra através do poder financeiro, econômico ou pelo terror e coação. Fonte; http://www.intero.com.br/blogdaagilis/blog/?p=218 30/11/2002 AUTORIDADE NA ESCOLA A escola é, claramente, um ambiente cooperativo. Sabemos que sem a anuência dos educandos é impossível efetivar o ensino. Entretanto o alunato necessita de um “guia” experiente para trafegar pela densa e complexa selva do conhecimento e se preparar para o mundo. O papel da educação, seja aquela a cargo da família ou da escola, tem um duplo objetivo: levar crianças e jovens a transpor seus limites pessoais como ser humano, mas a partir de princípios éticos, morais, existenciais que são “normativos”, isto é, criados e impostos pela sociedade. A colocação de limites faz parte do processo educativo e a ausência dessa prática pode gerar uma crise de valores, uma volta ao estágio selvagem em que vale a lei do mais forte. São os pais e os professores, no caso específico da família e da escola, aqueles investidos de autoridade para colocar limites e reforçarem as tendências “pró-sociais” presentes em crianças e jovens, como de resto em todos os seres humanos. Assim, a função da educação, entre outras, é a de levar os educandos a perceberem o que podem ou não podem fazer, o que devem ou não devem fazer, numa dada situação. A autoridade dos pais e dos professores é fundamental para balizar os limites legítimos da consciência humana que devem ser apropriados por todos, inclusive pensando-se no futuro, quando essas crianças e jovens desempenharão o papel de educar outras crianças e jovens e, talvez, o de decidir os destinos da sociedade. Para a função de “guia” nesse emaranhado planeta do saber é necessário não apenas que se dominem certos conhecimentos específicos... O professor tem que saber se relacionar com seus alunos, ser hábil e qualificado no planejamento das rotas que irá percorrer, capacitar-se para tornar a viagem interessante e prazerosa e também demonstrar que a sua voz é a de comando e autoridade. A autoridade do professor deve derivar de sua postura profissional, da firmeza com que esclarece conceitos, dos planos de aula bem pensados e produzidos, de sua capacidade de ouvir, de seus estudos e atualização constantes e da clara consciência de que, naquele espaço sagrado chamado de sala de aula, ele deve exercer um comando que demonstre sua paciência, persistência, capacidade de argumentação e diálogo e, principalmente, experiência e inteligência...”O diálogo, a compreensão, o entendimento e a cooperação são os melhores caminhos para o trabalho em sala de aula. Segundo Yves de La Taille, isso significa creditar à educação a possibilidade de levar crianças e jovens a "construir valores, a pautar seus comportamentos por regras, a situar-se além e aquém de certos limites", mas a lutar, também, contra a violência, que não se deve somente à falta de valores de algumas pessoas, estando, antes, vinculada à pobreza, à injustiça, ao arbítrio, à exclusão. Assim - quem sabe? - se estará possibilitando que possam chegar à maturidade, podendo usufruir de uma liberdade consciente. AUTORIDADE DOS PAIS É exatamente por confundir e misturar os significados de autoridade e de autoritarismo que tantos pais, hoje, têm medo de exercer qualquer forma de poder sobre seus filhos - seja ele justo e necessário à boa educação da criança ou um poder ilícito e prepotente, ditado apenas pelo desejo arrogante de se impor a qualquer custo. Mas, em relações do tipo professor/aluno e, sobretudo, nas relações entre pais e filhos, a autoridade é indispensável para a construção sadia da criança, adolescente, jovem. A autoridade enfrenta séria crise na sociedade contemporânea. Levadas ao exagero, sentenças do tipo "é proibido proibir", que se transformaram em palavras de ordem nos anos hippies das décadas de 1960 e 1970, fizeram muito mais estragos do que se poderia supor naqueles momentos de farra libertária. Plantaram nas mentes e nos corações a convicção falsa e perigosa de que, na vida, tudo são direitos e nada é dever. Boa parte dos pais de hoje (eles mesmos mal-educados) simplesmente não sabe o que fazer para controlar a rebeldia dos filhos, perdendo-se no interior de situações esdrúxulas nas quais quem deveria ser comandado comanda, e quem deveria mandar comete um desmando atrás do outro. Ou vocês, caros leitores, acreditam que o sucesso de séries televisivas tipo Supernanny se deve a um simples modismo? A crise da autoridade parental é real e se reflete em projeções danosas em todos os demais aspectos da sociedade. No Brasil, basta prestar atenção ao que acontece atualmente em todas as esferas do poder governamental, seja ele executivo, legislativo ou judiciário. Há total confusão entre autoridade e autoritarismo, gerando situações de descalabro caótico, de sambas do crioulo doido nos quais o grampo e a espionagem campeiam soltos e ninguém leva a legalidade realmente a sério. O problema é exemplar e vem do berço. Quem não aprendeu desde cedo a ter consciência de limites tenderá a viver e a manifestar até o fim a sua patologia de descomedimentos. Sabemos todos, no entanto (e os educadores que trabalham em comunidades periféricas carentes melhor que ninguém), que é a falta de educação e, portanto, de autoridade - familiar, escolar ou social - que fabrica a delinqüência. Educar uma criança significa ensiná-la a se tornar um ser civilizado. Isso pressupõe, no que diz respeito aos pais, firmeza, constância e, sobretudo, a convicção de que essa autoridade é legítima porque sem ela não é possível uma construção correta da criança. PUNIÇÃO Fica subentendido: "Prefiro conversar." Como se a punição fosse um insulto à inteligência.... Para Claude, a punição, quando não é humilhante e é proporcional à falta cometida, não constitui uma forma de maus-tratos. "A punição é indispensável. A proibição deve ser ensinada. Se ela transgride uma primeira vez, um chamado à ordem pode bastar. Mas se ela continua a transgredir, a punição é indispensável, e cada genitor deve inventar a punição que lhe parecer mais adaptada e à gravidade da transgressão. Na opinião da psicóloga, é bem mais prejudicial para a criança e a sociedade que ela cresça com a idéia falsa e perigosa de que pode fazer o que bem entende, inclusive cometer atos maldosos, e gozar de toda impunidade. Sem contar que o genitor que se limita a falar em vez de repreender acaba por perder toda credibilidade aos olhos do seu filho. A punição serve também para fazer com que as palavras dos genitores sejam respeitadas, dando a elas peso e sentido e evitando que sejam transformadas num blablablá inofensivo. (Fonte: Walter Barbosa, membro da SOCIEDADE TEOSÓFICA). O RESPEITO A autoridade pode ser exercida com autoritarismo ou não, e talvez a real diferença entre as duas posturas esteja na questão do respeito. Pelo respeito pode-se evitar o tripúdio da arrogância sobre a autoridade necessária, ou a transformação dela em autoritarismo. O que é "respeitar"? Significa "Tratar com reverência ou acatamento, venerar, honrar", o que é aplicável a todas as criaturas, desde que se tenha a visão do outro como um ser dotado do direito à liberdade, enquanto não contrarie os deveres inerentes à convivência. Compreende-se que parte do problema da falta de autoridade nos lares - e da ausência de respeito dentro e fora deles - possa decorrer do repúdio dos pais de hoje ao modelo truculento da educação recebida por eles, de seus pais. Há também, nos casais separados, a ânsia de "agradar o filho para não perder seu amor". Chega-se, daí, ao oposto da educação antiga: deixar os filhos por conta de si mesmos, sem norte algum. Por medo ou repúdio ao autoritarismo, renunciaram os pais à autoridade legítima, na condição de educadores. (Fonte: PRÁTICAS - Meditação e Hatha-Yoga).

2 comentários:

  1. Como a Autoridade e o Autoritarismo se evidenciam no Esporte ? Me ajuda? trabalho de escola ..

    ResponderExcluir
  2. e a diferença entre autoridade e autoritarismo no esporte?

    ResponderExcluir