quinta-feira, 20 de junho de 2013

APOSTILA DE DANÇA INDÍGENA

DANÇA INDÍGENA DO BRASIL A dança, poderosa linguagem universal, é um meio de expressão importante desde épocas remotas, assim como a música. Os hebreus e egípcios tinham suas danças sagradas. Entre os gregos e romanos ela era inspirada pelo espírito profano. Criados em contato íntimo com a natureza – em meio a florestas exuberantes, rios caudalosos, fauna e flora ricas e diversificadas – os índios brasileiros são impreg
nados pelos seus mistérios onde paira o misticismo. Nos seus rituais e crenças, a dança e a música têm um papel fundamental e uma grande influência na sua vida social. O índio dança para celebrar atos, fatos e feitos relativos à vida e aos costumes. Dançam enquanto preparam a guerra; quando voltam dela; para celebrar um cacique, safras, o amadurecimento de frutas, uma boa pescaria; para assinalar a puberdade de adolescentes ou homenagear os mortos em rituais fúnebres; espantar doenças, epidemias e outros flagelos. As danças indígenas podem ser realizadas por um único individuo ou em grupo e, salvo raras exceções no alto Xingu, não é executada em pares. As mulheres não participam de danças sagradas, executadas pelos pajés ou grupos de homens. São utilizados, ainda, símbolos mágicos, totens, amuletos, imagens e diversos instrumentos musicais e guerreiros em danças religiosas, dependendo do objetivo da cerimônia. Em algumas delas muitos usam máscaras, denominadas dominós, que lhes cobrem o corpo todo e lhes servem de disfarce. A linguagem do corpo em movimento, sua organização estética e coreográfica, além do canto, ocupam um lugar fundamental no desempenho do ritual indígena. Danças de rituais xamanísticos – centralizadas na figura do xamã, um líder que tem o papel de intermediação entre a realidade profana e a dimensão sobrenatural, em seus transes místicos e nos poderes mágicos e curativos que lhe são atribuídos – são realizadas em diversas tribos amazônicas. Entre os rituais e danças mais conhecidos dos índios brasileiros estão o toré e o kuarup. • A dança do toré apresenta variações de ritmos e toadas dependendo de cada povo. O maracá – chocalho indígena feito de uma cabaça seca, sem miolo, na qual se colocam pedras ou sementes – marca o tom das pisadas e os índios dançam, em geral, ao ar livre e em círculos. O ritual do toré é considerado o símbolo maior de resistência e união entre os índios do Nordeste brasileiro. Faz parte da cultura autóctone dos povos Kariri-xocó, Xukuru-kariri, Pankararú, Tuxá, (índios de Pernambuco) Pankararé, Geripancó, Kantaruré, Kiriri, Pataxó, Tupinambá, Tumbalalá, Pataxó Hã-hã-hãe, Wassu Cocal entre outros. • A dança do kuarup (nome de uma árvore sagrada) – um ritual de reverência aos mortos – é própria de povos indígenas do Alto Xingu, em Mato Grosso. Iniciada sempre aos sábados pela manhã, os índios dançam e cantam em frente a troncos de kuarup, colocados no local onde os mortos homenageados foram enterrados. Há inúmeras danças executadas pelos índios do Brasil, entre as quais podem ser destacadas: 1. Acyigua: uma dança mística destinada a resgatar a alma do índio que morre assassinado. Característica dos índios Guarani, e é executada pelo pajé auxiliado pelo melhor guerreiro caçador da tribo. 2. Atiaru: executada para afugentar os maus espíritos e chamar os bons. Dela participam homens e mulheres. A dança começa ao entardecer. Dois índios, com cocares de penas, chocalhos nos tornozelos e em uma das mãos a flauta yapurutu, com mais de um metro e meio de comprimento dançam, com um deles apoiando a mão no ombro do companheiro, executando rápidos passos de marcha para a direita e para a esquerda, marcados pelo som do chocalho. Dois outros índios, também tocando a yapurutu sentam-se ao lado da maloca, enquanto os dois primeiros, após dançarem demoradamente entram no seu interior. Eles saem, cada um acompanhado por uma índia, que coloca uma das mãos no ombro do parceiro e procura acompanhar seus passos. Os dançarinos fazem a mesma coisa em cada uma das malocas e a dança continua num crescente até acabar de repente. 3. Buzoa: uma tradição do povo Pankararú, município de Tacaratu, Pernambuco foi resgatada pelos jovens da aldeia, através de relatos de membros mais velhos. Os passos são diferentes do toré e os integrantes não dançam em círculo. Utilizam a gaita e o rabo de tatu como instrumentos musicais, obtendo um vibrante resultado. 4. Da onça: realizada pelos índios Bororo, em Mato Grosso, onde o dançarino, que representa a alma da onça que matou com as próprias mãos, não deve ser identificado, por isso cobre-se com a pele desse animal, máscara de franjas de palmeira que também disfarçam seus pés e mãos. Toda a tribo acompanha o pajé e o dançarino, numa bater de pés ininterruptos, para que não haja descontinuidade. A dança continua por toda a noite. 5. Do Jaguar: é uma dança guerreira, da qual, por exceção, as mulheres também participam. Os índios em filas, seguidas de outra fila de mulheres, começam a cantar pulando de um pé para outro. Avançam doze passos e voltam, para que os que estavam na frente passem pra trás, fazendo o mesmo na direção contrária. É característica dos índios Coroado, do Rio Grande do Sul. 6. Kahê-Tuagê: é dançada pelos índios Kanela, da região do rio Tocantins, na época da seca, onde predomina o elemento feminino. Apesar de não participarem, via de regra, de danças sagradas ou guerreiras, nessa as mulheres excepcionalmente têm a iniciativa. A dança é dirigida por uma índia que fica no centro de uma fila de jovens que ainda não tiveram filhos. As jovens em fila conservam-se sempre no mesmo lugar, com os joelhos dobrados e balançando os braços e o corpo para frente e para trás. Quando as mãos estão na frente do corpo batem palmas, marcado o ritmo. Os homens raramente são convidados a participar da dança, limitando-se apenas a responder em coro o estribilho do canto. 7. Uariuaiú: é dedicada ao macaco guariba, do qual algumas tribos se consideram descendentes. A dança não é acompanhada de nenhum instrumento só de cânticos. As mulheres pintam o rosto e o corpo, vestem saias de folhas de bananeira e rodopiam ao redor dos homens, com seus filhos a tiracolo. Todos entram na dança imitando o macaco. Como de origem indígena, podem ser citadas também as seguintes danças do folclore brasileiro: • cateretê, considerada uma das mais genuínas danças rurais brasileiras, cujo nome vem da língua tupi. É uma espécie de sapateado com bate-pé ao som de palmas e violas, sendo bastante conhecida nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás (onde é denominada catira); • caiapós, muito dançada antigamente no litoral paulista. Com a chegada da civilização, os índios Caiapós foram recuando para as margens do rio Xingu, passando pelos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Pará, onde a disseminaram; • cururu, dança sagrada de origem tupi-guarani, executada unicamente por homens, cuja coreografia é formada por duas filas indianas, uma de frente para a outra, onde os dançarinos dão dois passos para a direita e dois para a esquerda, transformando a fila em pequenos círculos; • jacundá, dança muito popular no Pará, que representa a pesca do peixe do mesmo nome. Tem diversas modalidades no interior do país. No Amazonas é conhecida como piranha. Os dançarinos fazem uma roda, alternando um homem e uma mulher, que representa o cerco ao animal. No centro da roda, um homem e uma mulher dançam representando o peixe. Cantando e dançando procuram fugir da roda. Aqueles que os permitem vão substituí-los no centro da roda em meio a zombaria de todos; • o gato, mais conhecida no sul do Brasil, é uma história totêmica, onde o gato (homem) corteja a perdiz (mulher) com um sapateado. A perdiz esquiva-se das intenções do conquistador. OS INSTRUMENTOS [...] 1500. Da Carta de Pero Vaz de Caminha, informando sobre gente do grande território que se tornaria o Brasil, ficou a certeza de que o som musical era utilizado pelo índio muito antes da descoberta do Continente americano. Logo no primeiro encontro entre a gente de Cabral e o nativo foi constatado pelo cronista que os índios “dançaram e bailaram, com os nossos”. [...] Na mesma ocasião notou que “além do rio andavam muitos deles dançando e folgando” e ainda que “depois da missa quando nós sentados atendíamos à pregação, levantaram-se muitos deles e tangeram corno ou buzina e começaram a saltar e dançar um pedaço”.[..] (CAMÊU, 1977, p. 20). Os instrumentos indígenas, do ponto de vista da sua utilidade, podem servir para a comunicação ou para funções propriamente musicais. Dessa forma, a obtenção do som entre os índios é uma mensagem sonoro-musical destinada a diversos fins. Os de percussão são aqueles que produzem som por meio de pancadas sobre qualquer superfície ou pelo atrito. Nessa categoria podem ser incluídos – além dos tambores, bastões de ritmo, reco-reco e chocalhos – o próprio corpo humano, pela utilização de pés, mãos e outras partes do corpo. O bater de pés, que resulta na vibração do solo, serve para ordenar e animar os movimentos das danças indígenas. As palmas, não tão frequentes quanto o bater de pés, têm também uma função disciplinadora. Com chocalhos presos aos tornozelos, coxas, braços, pescoço e cintura, o corpo inteiro do índio pode se tornar uma fonte sonora, com diversos matizes, dependendo do material utilizado. Os instrumentos de sopro, como pios, apitos, buzinas, trombetas e flautas, produzem som pela introdução de ar em tubos e cavidades. São feitos de folhas retorcidas, frutos, troncos, bambu, ossos, cabaça, cerâmica, chifre e carapaça de animais. ATIVIDADE 1 Caboclinhos http://www.youtube.com/watch?v=L9p7zR9nmKs Cateretê http://www.youtube.com/watch?v=w6BBLx9weto Caiapó http://www.youtube.com/watch?v=YpYqjSozr3M WEBGRAFIA GASPAR, Lúcia. Danças indígenas do Brasil. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: < http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.

APOSTILA DE DANÇA: Definição e História

A DANÇA 1 - Definição A Dança é a arte de mexer o corpo, através de uma cadência de movimentos e ritmos, criando uma harmonia própria. Não é somente através do som de uma música que se pode dançar, pois os movimentos podem acontecer independente do som que se ouve, e até mesmo sem ele. A dança fundamenta-se em consecutivos movimentos do corpo, realizados de acordo como o ritmo ou estilo da música, essa tanto pode demontrar emoção ou contar uma história Desde o dia 29 de abril de1982, comemora-se o Dia Internacional da Dança, instituído pela UNESCO em homenagem ao criador do balé moderno, Jean Georges Noverre. A dança é uma das três principais artes cênicas da Antiguidade, ao lado do teatro e da música. A dança se caracteriza pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos (coreografia) ou improvisados (dança livre). Na maior parte dos casos, a dança, com passos cadenciados é acompanhada ao som e compasso de música e envolve a expressão de sentimentos potenciados por ela. A dança pode existir como manifestação artística ou como forma de divertimento ou cerimônia. Como arte, a dança se expressa através dos signos de movimento, com ou sem ligação musical, para um determinado público, que ao longo do tempo foi se desvinculando das particularidades do teatro. Assim como a mistura dos ovos foram acontecendo, os aspectos culturais foam se difundindo. O Maracatu, o Samba e a Rumba são prova disso, pois através das danças vindas dos negros, dos índios e dos europeus esses ritmos se originaram. Hoje em dia as danças voltaram-se muito para o lado da sensualidade, sendo mais divulgads e aceitas por todo o mundo. Nos países do Oriente Médio a dança do ventre é muito difundida; e no Brasil, o funk e o samba são populares. Além desses o strip –tease tem tido grande repercurssão, principalmente se unido a dança inglesa, Pole Dance. Atualmente, a dança se manifesta nas ruas em eventos como "Dança em Trânsito", sob a forma de vídeo, no chamado "vídeodança", e em qualquer outro ambiente em que for contextualizado o propósito artístico. O profissional de dança planeja e organiza shows de dança e musicais em diferentes lugares como teatro, Tv ou cinema, além disso, exerce função de baisarino e ministra aulas em academias. Na licenciatura trabalha ensinado dança, disciplina de educação física e artes, em escolas públicas e privadas, sem contar que pode trabalhar como coreógrafo. Algumas Instituições da área de saúde criminal admitem o bacharel para a recuperação de adolescentes infatores e na área de saúde terapêutica de pessoas com deficiência física e mental. Em suma, o bacharel em dança pode focalizar sua atuação em bailado, coreografia, direção e preparação corporal. Quem nunca dançou ou movimentou o corpo com o batuque de uma música? Bem difícil é encontrar uma pessoa que nunca se remexeu ou contorceu ao ouvir um som. Sabendo disso, ao certo é interessante conhecer ou saber um pouquinho sobre essa arte que envolve a maioria dos povos e quemuitas vezes é utilizada não apenas como distração, mas como exercício e até mesmo como terapia. 2 - História da dança A dança é uma das expressões artísticas mais antigas, é também a única que dispensa materiais e ferramentas. Ela só depende do corpo e da vitalidade humana para cumprir sua função enquanto instrumento de afirmação dos sentimentos e experiências subjetivas do homem. Na história da dança, pode-se verificar que ela é uma das maneiras encontradas pelo ser humano de expressar sua arte e movimentos e ainda é essencial para a contribuição na história da arte. A história da dança cênica representa uma mudança de significação dos propósitos artísticos através do tempo. O Rei Luís XIV incentivou o balé na França e deu apoio para manifestações culturais. No início dos anos 1900, a dança contemporânea começou a ser inserida nos salões e escolas de dança. Atualmente, não existe apenas um estilo crescendo sozinho, ele acaba sofrendo influência ritmos como o rock e o jazz. Além disso, existe a influência das danças típicas no cotidiano de milhões de pessoas no mundo que expressam sua cultura por meio da dança. I - Dança Primitiva A história da dança retrata que seu surgimento se deu ainda na Pré-história, quando os homens batiam os pés no chão. Aos poucos, foram dando mais intensidade aos sons, descobrindo que podiam fazer outros rimos conjugando os passos com as mãos, através das palmas. A dança nasceu associada às práticas mágicas do homem, com o desenvolvimento da civilização, o rito separou-se da dança. O homem dançava pela vida e pela sobrevivência, dançava para a natureza em busca de mais alimentos, água e também em forma de agradecimento, o homem evoluiu e a dança obteve características sagradas, os gestos eram místicos e acompanhavam rituais. A dança tem história e essa história acompanha a evolução das artes visuais, da música e do teatro. O homem primitivo pintava nas paredes das grutas, cavernas e galerias subterrâneas cenas de caça e rituais que representavam a caçada. Pareciam acreditar ser possível, pela representação pictórica, alcançar determinados objetivos, como abater um animal, por exemplo. A dança era quase um instinto, e esses acontecimentos registrados nas paredes de cavernas em forma de desenhos, ficaram conhecidos como arte rupestre. II - Danças Milenares Egito: no antigo Egito, 20 séculos antes da era cristã, já se realizava as adas danças astroteológicas em homenagem ao Deus Osíris. A dança era espiritualística e tinha características sagradas. Dançava-se para os Deuses, em casamentos e funerais. A dança já era executada durante o antigo Egito, por meio da dança do ventre, para homenagear deuses e na Ásia ela tinha cunho religioso. Além disso, poderia significar a cura, a morte ou o nascimento de uma pessoa. O surgimento das danças em grupo aconteceu através dos rituais religiosos, em que as pessoas faziam agradecimentos ou pediam aos deuses o sol e a chuva. Grécia: Na Grécia Antiga, a dança ainda podia representar algo muito importante na educação e no culto de algumas religiões. A dança originou-se de rituais religiosos, os gregos acreditavam no seu poder mágico, assim os vários deuses gregos eram cultuados de diferentes maneiras. As danças preparavam fisicamente os guerreiros e sempre eram feitas em grupos. A dança era muito difundida na Grécia Antiga, importante no teatro, a dança se manifestava por meio do coro. O teatro nessa época também passou a contar com cenas onde os atores dançavam durante os atos. Surgiram também as sátiras e comédias gregas. Quando o território grego foi tomado pelos romanos, suas danças também passaram a influenciar esse povo. Na Grécia clássica, a dança era frequentemente vinculada aos jogos, em especial aos Olímpicos. Roma: a dança entra em decadência, pois nunca foi privilegiada e só vai recuperar sua importância no Renascimento. As danças se voltaram para as formas sensuais, em homenagem ao Deus Baco (Deus do vinho), e dançava-se em festas e bacanais. Idade Média: nesse período, a dança, como todos os outros movimentos artísticos, sofreu um retrocesso. A dança, pelo fato de se utilizar do corpo como expressão, foi considerada profana, porém, continuou sendo praticada pelos camponeses. Na Idade Média, a influência da Igreja Católica proibiu algumas danças que continham coreografias que infringiam as diretrizes católicas. Durante o século XIV, predominavam as danças religiosas feitas pelos artesãos (veja mais informações em História da Arte). Nas festas em família, essa expressão artística era muito usada pelas pessoas. Na Idade Média, a Igreja perseguia, excomungava e considerava malditos dançarinos, músicas e festas pagãs, embora permitisse cânticos e outras manifestações que louvassem o Criador. Entretanto, em festivais cristãos, alguns homens e mulheres começavam a dançar “de maneira irresistível”, apesar das sanções religiosas. Renascimento: a dança ressurge, é apreciada pela nobreza adquirindo um aspecto social e tornando-se mais complexa, passa a ter estudos específicos feitos por pessoas e grupos organizados sendo conhecida como balé. Até essa época a dança era algo improvisado, só a partir do Renascimento passa de atividade lúdica, de divertimento, para uma forma mais disciplinada, surgindo repertórios de movimentos estilizados. O uso do termo balé, na época balleto, significava um conjunto de ritmos e passos. A moda do balleto na Itália se espalhou também pela França durante o século XVI. O século XVII é considerado o grande século do balé, saindo dos salões e transferindo-se para os palcos, provocando mudanças na maneira de se apresentar surgindo, assim, os espetáculos de dança. A partir do século XVIII o drama- balé- pantomima é executado nos palcos dos teatros por verdadeiros profissionais de ambos os sexos. A dança adquire todo o seu esplendor, com ricos e belos cenários e figurinos. O balé passa a contar uma história com começo, meio e fim. Romantismo: o termo Romantismo é absorvido pelo balé que, até aquela época, falava de histórias de fadas, bruxas e feiticeiras. Procurou recuperar a harmonia entre o homem e o mundo. É nessa época, século XVIII, que os bailarinos começam a usar sapatilhas, completando a revolução do balé. Na segunda metade do século XIX uma mulher novamente iria revolucionar toda a dança, era Isadora Duncan, provocando uma imensa renovação com uma dança mais livre, mais solta, mais ligada à vida real. No século XIX surgiram as danças feitas em pares, como a valsa, a polca, o tango, dentre outras. Estas, a princípio, que não foram aceitas pelos mais conservadores, que no século XX surgir o rock’n roll, que revolucionou o estilo musical e, consequentemente, os ritmos das danças. III - Dança Moderna A dança moderna começou no século XX e surgiu como forma de expressar o sentimento das pessoas que queriam desvincular-se das danças clássicas. Esse tipo de dança busca trabalhar com movimentos parecidos com o cotidiano da vida contemporânea. Com o Balé Clássico, as narrativas e ambientes ilusórios é que guiavam a cena. Com as transformações sociais da época moderna, começou-se a questionar certos virtuosismos presentes no balé e começaram a aparecer diferentes movimentos de Dança Moderna. É importante notar que nesse momento, o contexto social inferia muito nas realizações artísticas, fazendo com que então a Dança Moderna Americana acabasse por se tornar bem diferente da Dança Moderna Europeia, mesmo que tendo alguns elementos em comum. A dança moderna é uma negação da formalidade do balé. Os bailarinos trabalham mais livres, porém não rompem completamente com a estrutura do balé clássico. Os movimentos corporais são muito mais explorados, existe um grande estudo das possibilidades motoras do corpo humano. Solos de improvisação são bastante frequentes. Martha Grahan e Nijinski são os grandes revolucionários da dança dessa época. Serge Pavlovitch Diaglhilev, ou Nijinski, russo, mesmo não sendo um dançarino, criou condições míticas para a dança. Marta Grahan nos Estados Unidos na década de cinquenta criou uma nova maneira de dançar independente da música, baseando-se principalmente nos sentimentos que qualquer som pode provocar, abrindo espaço para todas as possibilidades da dança. Os principais nomes da dança moderna foram Émile Jaques-Dalcroze, François Delsarte, Isadora Duncan, Ruth St. Denis e Rudolf von Laban. Émile Jaques-Dalcroze criou um sistema chamado eurritmia em que os movimentos corporais eram transformados em uma espécie de ginástica. Nesse estilo de dança, o dançarino tem a opção de se expressar de uma maneira mais livre e atual. Trabalha com o ritmo, dinamismo, movimentos inspirados na natureza e espontaneidade. No Brasil, a dança moderna começou a ser mais divulgada após a Segunda Guerra Mundial quando os artistas abandonaram o estilo mais clássico e propuseram novas formas. As cidades mais influenciadas por esse estilo foram São Paulo e Rio de Janeiro. IV - Dança Contemporânea A dança contemporânea como nova manifestação artística, sofrendo influências tanto de todos os movimentos passados, como das novas possibilidades tecnológicas (vídeo, instalações). Foi essa também muito influenciada pelas novas condições sociais - individualismo crescente, urbanização, propagação e importâncias da mídia, fazendo surgir novas propostas de arte, provocando também fusões com outras áreas artísticas como o teatro por exemplo. A arte contemporânea é complicada de se compreender. Por quê? É algo que não é previsível, é o novo, é a ruptura com aquilo que conhecemos como arte. Na dança, a contemporaneidade fica mais evidente, pois ela deixa de ter uma estrutura clara, preocupando-se mais com a transmissão de conceitos, ideias e sentimentos do que com a estética. A dança contemporânea surgiu na década de 1960, como uma forma de protesto ou rompimento com a cultura clássica. Depois de um período de intensas inovações e experimentações, que muitas vezes beiravam a total desconstrução da arte, finalmente - na década de 1980 - a dança contemporânea começou a se definir, desenvolvendo uma linguagem própria. Os movimentos rompem com os movimentos clássicos e os movimentos da dança moderna, modifica o espaço, usando não só o palco como local de referência. A dança contemporânea é uma explosão de movimentos e criações, o bailarino escreve no tempo e no espaço conforme surgem e ressurgem ideias e emoções. Os temas refletem a sociedade e a cultura nas quais estão inseridos, uma sociedade em mudança, são diversificados, abertos e pressupõem o diálogo entre o dançarino e o público numa interação entre sujeitos comunicativos. O corpo é mais livre, pois é dotado de maior autonomia. A dança contemporânea é uma circulação de energia: ora explosiva, ora recolhida. A respiração, a alternância da tensão e do relaxamento em Martha Graham, o desequilíbrio e o jogo do corpo com a gravidade em D.Humphrey; E.Decroux faz trabalhar o diálogo da pele e do espaço retornando às origens do movimento. A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida, todos os tipos de pessoas podem praticá-la. 3 - classificação e gêneros Várias classificações das danças podem ser feitas, levando-se em conta diferentes critérios. • Quanto ao modo de dançar: o dança solo (ex.: coreografia de solista no balé, sapateado); o dança em dupla (ex.: tango, salsa, valsa, forró etc); o dança em grupo (ex.: danças de roda, sapateado). • Quanto a origem: o dança folclórica (ex.: catira, carimbó, reisado etc); o dança histórica (ex.: sarabanda, bourré, gavota etc); o dança cerimonial (ex.: danças rituais indianas); o dança étnica (ex.: danças tradicionais de países ou regiões). • Quanto a finalidade: o dança erótica (ex.: can can, striptease, pole dancing); o dança cênica ou performática (ex.: balé, dança do ventre, sapateado, dança contemporânea); o dança social (ex.: dança de salão, axé, tradicional); o dança religiosa/dança profética (ex.: dança sufi). o dança coreografada (ex.: Casamento, Debutantes, Bodas); etc 4 - Tipos de dança Existem quatro grandes grupos de estilos de dança, que são: Clássica, de Salão, Moderna e Rítmica. 4.1. Dança Clássica - conjunto de movimentos e de passos, elaborados em sistema e ensinados no ensino coreográfico. 4.1.1.Balé O balé surgiu na corte italiana durante a Renascença no século XV. Depois a dança passou a ser executada em países como França, Rússia e Inglaterra ao som de músicas clássicas. O destaque fica para a França, pois o rei Luís XIV influenciou a prática do balé e a língua francesa é usada para denominar diversos passos da dança. No início da Primeira Guerra Mundial, essa dança passou a ser mais praticada na Europa Ocidental através de uma companhia russa chamada Ballets Russes. É uma dança que exige bastante prática e é ensinada em escolas específicas instaladas em diversos países. As principais exigências do balé são os movimentos dos membros superiores, leveza, harmonia, a postura ereta e a simetria dos bailarinos. • Balé Clássico: É uma das vertentes dessa dança e a que mais utiliza as técnicas mais tradicionais do balé. É um gênero que surgiu em países como França, Dinamarca e Rússia. • Balé Neoclássico: É um balé bem parecido com o clássico, mas possui menos rigidez em seus passos. É mais estruturada e teve como precursor o balé Apollo, em 1928. • Balé Contemporâneo: É a mistura da dança contemporânea com o balé clássico. Utiliza movimentos distintos dos que são usados no balé clássico. O precursor desse gênero é George Balanchine. 4.2. Dança de Salão - praticada nas reuniões e nos danceterias. 4.2.1. Valsa: A valsa é uma dança que surgiu nas regiões da Alemanha e da Áustria no início do século XIX e a palavra significa 'dar voltas'/'girar'/'deslizar'. Buscou referências em danças como o laendler e o minueto. Primeiramente, ela era conhecida como uma dança vulgar e depois foi transformada em algo nobre e das altas classes. Entrou de vez nas altas sociedades após uma festa dos nobres na Áustria, na cidade de Viena, em 1776. Surgiram partes diversificadas da dança como a valsa vienense, a valsa original, peruana e a inglesa. Como os pares dançam muito próximos, ela era chamada de proibida, mas, atualmente, as valsas são mais praticadas em festas de casamentos, formaturas e aniversários de debutantes. 4.3. Dança Moderna - que se libertou dos princípios rígidos da dança acadêmica e que serviu de base ao bailado contemporâneo. 4.3.1. Dança de Rua Conhecida também como street dance, a dança de rua é um estilo que conta com movimentos com o corpo e expressões faciais. Surgiu nos Estados Unidos, em 1929, durante uma das maiores crises econômicas do mundo. As performances eram realizadas pelos trabalhadores que ficaram desempregados após a crise. Muitas vezes associada aos negros, a dança de rua está ligada a outras manifestações culturais como a pintura, grafite e a forma de se vestir. Posteriormente, surgiu uma nova vertente que recebeu o nome de Hip-Hop, mais realizado nas ruas. Já o Street Dance originou-se das escolas de dança. 4.4. Dança Rítmica